O decreto do Governo Federal que prevê a criação da Floresta Nacional do Parima e a ampliação das áreas territoriais da Estação Ecológica de Maracá e do Parque Nacional do Viruá, gerou revolta nos deputados estaduais de Roraima. Na sessão plenária desta terça-feira, 6, o presidente da Casa, Soldado Sampaio, classificou como “inaceitável” a atitude do Ministério do Meio Ambiente e afirmou que a Assembleia irá reagir “fortemente” contra a ação.
“Não podemos compactuar, de forma nenhuma, com essas novas ampliações de reservas indígenas, e, também, de parques de preservação ambiental. Se precisar, vamos liderar esse movimento popular em Roraima, seja qual for a forma, para não aceitar, mais uma vez, essa política presidida pela ministra Marina Silva, ‘persona non grata’ em Roraima”, disse o parlamentar.
Sampaio ressaltou ainda que Marina Silva não tem preocupação nenhuma com o desenvolvimento da Amazônia. “O compromisso dela é com as ONGs. Ela está a serviço da comunidade internacional. Quero conclamar todos os deputados, nossa bancada federal, nosso governador e, em especial, a sociedade para não aceitarmos, em hipótese nenhuma, esse tipo de retrocesso na economia”, declarou.
Para o deputado Coronel Chagas (PRTB), o desejo da pasta e das ONGs é inviabilizar o crescimento econômico. Ele ressaltou que Roraima é o Estado que dá a maior contribuição para as bandeiras indígenas e ambiental, pois mais de 67% do território de Roraima já é de domínio público, divididas entre 32 terras indígenas e cinco parques nacionais.
“Eles querem inviabilizar Roraima, querendo que se viva aqui somente do contracheque e aos poucos vá se fechando, e se transforme numa vitrine para mostrar à comunidade internacional. Ou seja, não estão satisfeitos em deixar apenas menos de 10% para a produção. Eles, com essa ação do Ministério do Meio Ambiente, pretendem fatiar, levar mais um bom pedaço do nosso território prejudicando o crescimento econômico e milhares de produtores da agricultura familiar”, frisou.
Deputado sugere audiência pública para debater o assunto
O deputado Renato Silva (Pros) sugeriu uma audiência pública com a presença da ministra e da bancada federal para a discussão do assunto. Ele afirmou que o Estado fica travado economicamente devido a essas reservas e ressaltou que os indígenas têm direitos, porém já foram dadas muitas terras para trabalharem, viverem com dignidade e manterem suas culturas e raízes.
“Nós temos que fazer uma audiência pública e uma carta desta Assembleia convidando a ministra para vir a Roraima conhecer a realidade. É muito fácil ela ficar em seu gabinete ouvindo várias ONGs, solicitando mais terras e preservação e não vir aqui nos ouvir e a população que vive essa realidade no dia a dia”, avaliou.
Para o deputado Armando Neto (PL), o Legislativo tem a responsabilidade de colocar o assunto em discussão no próximo Parlamento Amazônico. “Nós temos a obrigação de usar o Parlamento para o bem do nosso Estado. Temos que unir a Amazônia, dia 23, no Amapá, levarmos as comissões do Meio Ambiente, Agricultura, de Terras e todos e quaisquer deputados que se sintam confortáveis e fazer força para que possamos peitar o governo federal e mostrar a intenção que temos de defender nosso Estado”, disse.