O secretário Estadual de Segurança Pública (Sesp), André Fernandes, se esquivou das acusações do deputado estadual Jorge Everton (União Brasil), de que policiais ligados a Pasta estiveram presente em um evento organizado pelo parlamentar para intimida-lo.
Fernandes, bem como o adjunto Ellan Wagner Oliveira de Souza, foram convocados pela mesa diretora da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) para prestar esclarecimentos sobre o caso nesta quarta-feira, 3. Everton afirma que após anunciar sua candidatura à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RR) e romper com o governo, passou a sofrer perseguição de servidores da Sesp.
André Fernandes, que foi o primeiro a prestar esclarecimentos aos deputados, solicitou que, pela natureza das ações de polícia e a ausência na sessão do chefe do Setor de Inteligência da Sesp, Miroslav Neves dos Santos, informações sigilosas do setor fossem repassadas de forma privada. Santos não foi ao Plenário da ALE-RR por participar de uma audiência no TRE-RR.
“Estava viajando. Somente ontem [terça-feira, 2], tomei posse da cadeira de secretário. Durante o fim de semana, fui comunicado da situação pelo próprio Jorge Everton. Quando retornei, chamei Ellan e Miro para que explicassem essa situação”, ressaltou o secretário.
O secretário-adjunto Ellan de Souza confirmou que, no fim de semana, uma equipe da Inteligência se deslocou a serviço para o município de Rorainópolis para atender uma demanda do setor, bem como compareceu ao evento de Jorge Everton e interagiu com o grupo do parlamentar.
“Eles me disseram que houve um contato inicial amigável. Depois disso, a equipe do deputado ficou monitorando e um fotógrafo tirou foto deles. O agente disse que quando percebeu isso, também passou a filmar, inclusive, quando o deputado subiu ao palanque, pois também se sentiram intimidados. Eles me relataram que a equipe disse não ter havido nenhum acompanhamento político do evento. Fomos surpreendidos com essas acusações públicas do deputado Jorge Everton.”
Entretanto, de acordo com ele, a animosidade momentânea do cenário político “pode ter levado a esse grande equívoco”. “Mas vamos investigar para resolver essa situação”, acrescentou.
Providências
O presidente da Assembleia Legislativa, Soldado Sampaio (Republicanos), encerrou a convocação pedindo o imediato acesso aos documentos sigilosos da operação em Rorainópolis, assim como anunciou que oficiará as corregedorias das respectivas polícias envolvidas na ação, para que sejam tomadas as devidas providências.
“Solicito que se encaminhem, de preferência ainda hoje, esses documentos que são caracterizados como reservados. De imediato, encaminharei para as corregedorias da Polícia Civil e Militar, e da Penal, se tiver algum dos seus policiais envolvidos, para as devidas apurações. Também peço a Vossa Excelência que instaure uma apuração interna em sua pasta. Então, é essa a nossa posição”.
Por último, ele defendeu a lisura no processo de escolha do conselheiro do TCE. “Essa Mesa não vai permitir o uso da estrutura desse Poder para beneficiar ou prejudicar qualquer candidato. Todos estão disputando de igual para igual, que cada um use seus argumentos de conquista, seja da sociedade civil, do governo. Não será aceito o uso da máquina pública como instrumento intimidatório na disputa do processo eleitoral do TCE”, concluiu Sampaio.
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