Os atendimentos no Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (Dsei-Leste) foram paralisados nesta quinta-feira, 29, por lideranças indígenas de 11 municípios atendidos pelo órgão. O grupo exige a nomeação de Letícia Monteiro como coordenadora, com publicação no Diário Oficial da União (DOU). Letícia conta com o apoio do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que representa cerca de 58 mil indígenas.
A paralisação foi organizada pelo Movimento Indígena de Roraima, que afirma que apenas atendimentos urgentes e emergenciais estão sendo mantidos. As lideranças destacam que só irão desocupar o prédio após a nomeação oficial de Letícia Monteiro.
No último dia 16 chegou a ser divulgada uma portaria de nomeação de Letícia e no dia 19 o Dsei-Leste chegou a realizar uma cerimônia de posse simbólica em frente à sede do órgão, em Boa Vista. No dia, ela relatou que enfrentou resistências dentro da própria instituição para assumir o cargo.
Apesar da posse simbólica, a portaria não chegou a ser publicada oficialmente. Segundo nota divulgada pelo CIR, essa ausência de publicação representa, para as lideranças, uma tentativa de violação dos direitos dos povos indígenas. O Dsei-Leste está sem coordenação há três meses, o que tem prejudicado as comunidades que dependem do serviço.
Enquanto isso, representantes do movimento indígena estão em Brasília pressionando o Ministério da Saúde a resolver o impasse. Contudo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou a nomeação de Letícia antes mesmo de sua oficialização e deve indicar Lindinalva Lopes Marques para o cargo.
A nomeação de Lindinalva contaria com o apoio de indígenas ligados a cinco associações que historicamente se opõem ao CIR, incluindo a Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr), que representa 22 mil indígenas no Estado.
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