Mesmo após notificação oficial determinando a suspensão imediata das eleições para reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), a votação seguia normalmente nesta quinta-feira (29) na instituição. A ordem foi emitida pela juíza federal Maria Carolina Valente do Carmo, que identificou irregularidades na composição do Conselho Universitário (CONSUN), responsável por aprovar o edital do pleito.
Documentos obtidos pela reportagem confirmam que a intimação foi entregue pessoalmente por um oficial de justiça à UFRA. A certidão da diligência aponta que, apesar da presença da reitora Herdjania Veras no campus no momento da entrega, ela se recusou a receber ou assinar a notificação. O documento acabou sendo recebido pela procuradora da Universidade, Dra. Lúcia Pampolha de Santa Brígida.
Mesmo com a decisão judicial e uma nota divulgada pela própria universidade informando que acataria a determinação, a comissão eleitoral manteve o processo de votação. Um áudio que circula entre integrantes da comunidade acadêmica indica que a Polícia Federal teria sido acionada e estaria a caminho do campus para prender o presidente da comissão por descumprimento da ordem judicial. “A juíza acabou de despachar”, diz uma das mensagens de voz.
A decisão da magistrada também suspende qualquer procedimento relacionado à formação da lista tríplice para escolha do novo reitor, sob pena de multa pessoal de R$ 100 mil à reitora, em caso de descumprimento.
Fontes ligadas ao Judiciário informaram que novos despachos podem ser expedidos ainda nesta quinta-feira, incluindo medidas mais severas contra os responsáveis pela continuidade da eleição, como prisão por desobediência judicial.