fevereiro 22, 2025
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Indústria cresce 5,4% no Pará

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Um estudo realizado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) indicou um crescimento de 5,4% na indústria do Pará em 2023, comparado a anos anteriores. O Boletim da Indústria 2024 também posicionou o estado como o sexto com maior crescimento industrial no Brasil. A análise comparativa revelou que, enquanto a economia industrial brasileira cresceu 0,1% no ano passado, o setor no Pará demonstrou um avanço significativo.

“Os números apresentados neste boletim evidenciam o dinamismo industrial presente em municípios paraenses, destacando o papel crucial de polos industriais estratégicos como Canaã dos Carajás, Parauapebas, Marabá e Barcarena. O Estado assume sua posição de destaque como centro econômico vital, impulsionado principalmente pela atividade mineral e industrial na região de Carajás”, enfatiza Márcio Ponte, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac).

O valor adicionado da indústria ao PIB paraense cresceu expressivamente entre 2002 e 2021, passando de 23,1% para 42,3%. Esse aumento foi impulsionado, sobretudo, pela indústria extrativa, que teve um crescimento de 6.701% no valor adicionado ao longo desse período.

A demanda externa, especialmente da China — um dos maiores consumidores de minério de ferro para a produção de aço —, tem fortalecido o Pará como um polo industrial estratégico. A exportação desse recurso natural gera uma receita significativa e impulsiona diversos setores da economia regional, como infraestrutura, transporte e serviços.

“No ano da COP 30, que é a COP da Floresta, a Mineração tem buscado cada vez mais alternativas de produção que respeitem o meio ambiente e as populações locais. Barcarena, por sua vez, também se posiciona como ponto central, refletindo sua importância na indústria de transformação e outros setores industriais. Juntos, esses municípios exemplificam a concentração de atividades industriais que movimentam a economia do Estado, sublinhando a importância de estratégias governamentais direcionadas para suportar e desenvolver ainda mais esses polos de crescimento econômico”, explica Márcio Ponte.

Atividade Industrial e Exportação

O consumo de energia elétrica é um indicador do nível de atividade industrial. Nesse contexto, a Região de Integração (RI) de Carajás liderou o consumo industrial no estado, com 26,4% do total. Em seguida, aparecem as RIs do Marajó (20,2%) e do Tocantins (11,8%). Esses números confirmam a forte presença de atividades ligadas à mineração nessas regiões.

As exportações industriais também apresentaram crescimento expressivo nas últimas décadas. O volume exportado aumentou de 48 milhões de toneladas em 1997 para 174,6 milhões em 2023, quadruplicando nesse período. O valor das exportações também cresceu significativamente, de US$ 2,2 bilhões para US$ 19,8 bilhões, um aumento de nove vezes. O setor extrativo foi o principal impulsionador desse avanço.

Dentre os principais parceiros comerciais, a China se destacou ao responder por 52,4% das exportações industriais do Pará em 2023. A Malásia ocupou o segundo lugar, com 6,6%, seguida pelo Japão, com 5,6%. Em relação aos produtos mais exportados, os minérios de ferro lideraram com 65,5% do valor total das exportações industriais, seguidos pelo cobre (11,9%) e pela alumina calcinada (8,2%).

Empreendimentos e Mercado de Trabalho

Em 2022, o Pará contava com 9.844 empreendimentos industriais, um crescimento de 94,2% em relação a 2006, quando a série histórica foi iniciada. Entre 2021 e 2022, os setores que mais se destacaram foram a construção de edifícios (19,5%), a fabricação de produtos de padaria e confeitaria (3,9%) e as serrarias (3,6%). As cidades com maior número de estabelecimentos industriais em 2022 foram Belém (2.103), Ananindeua (820) e Marabá (649). Entretanto, Paragominas e Barcarena apresentaram os maiores crescimentos percentuais no período, com 42,2% e 40,7%, respectivamente.

No mercado de trabalho, segundo a PNAD, o número de pessoas ocupadas na indústria do Pará subiu de 739 mil em 2012 para 771 mil em 2023, um aumento de 4,3%. A indústria de transformação foi responsável por 81% desse total, com 388 mil empregos, enquanto a construção civil empregou 290 mil pessoas em 2023. Os municípios com mais vínculos empregatícios no setor foram Belém (34.231), Parauapebas (26.544) e Marabá (14.753). Somando os empregos diretos e indiretos gerados pela indústria, estima-se que foram criados cerca de 922.903 postos de trabalho em 2022.

“Os números apresentados nesse boletim mostram claramente a predominância do setor e a importância da política liderada pelo governador Helder Barbalho no incentivo aos produtos oriundos da Bioeconomia para ampliar a matriz econômica do nosso estado tornando-o ainda mais sustentável e competitivo”, avalia Marcel Botelho, diretor-presidente da Fapespa.

 

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