Uma manifestação com mais de 200 embarcações percorreu as águas da Baía do Guajará, em Belém, nesta quarta-feira (12). O ato, denominado “barqueata”, foi organizado por povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores, agricultores e movimentos sociais. Segundo os organizadores, cerca de 5 mil pessoas participaram da ação, que marca o início da Cúpula dos Povos, evento paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
A barqueata representa também o encerramento da Caravana da Resposta, que saiu de Sinop, no Mato Grosso, no dia 8 de novembro. Durante o trajeto, os participantes percorreram a região conhecida como “corredor da soja” para denunciar os impactos de empreendimentos do agronegócio e de infraestrutura, como a Ferrogrão e as hidrovias do Arco Norte, sobre seus territórios.
Líderes presentes ao ato expuseram suas reivindicações. O indígena Bepmoroi Metuktire, do Instituto Raoni, afirmou que os povos tradicionais precisam ser respeitados e valorizados em sua cultura. Já a quilombola Kahamy Ãdetta, do Rio Grande do Sul, exigiu o direito à consulta prévia para comunidades ameaçadas por mineração, infraestrutura e empreendimentos imobiliários.
Problemas causados pela crise climática e por modelos de produção também foram relatados. Rosângela Santos Vieira, do Movimento dos Pescadores Artesanais do Pará, citou a escassez de peixes devido à seca e à invasão de madeireiros, que desmatam nascentes e causam mortandade. Ana Karina Barbosa, do Coletivo Muvuca de Santarém, declarou que a expansão da soja no polo local devastou comunidades e expulsou famílias de seus territórios.
A Cúpula dos Povos segue na Universidade Federal do Pará (UFPA) até o próximo dia 16 de novembro, reunindo movimentos sociais que discutem demandas e propostas em paralelo às negociações oficiais da COP30.
Fonte: Agência Brasil
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