Em paralisação realizada nesta quarta-feira, 24, servidores da rede municipal de educação de Ananindeua criticaram a gestão do prefeito Daniel Santos (PSB) por não avançar nas negociações do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). O movimento foi aprovado em assembleia do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) e incluiu ato em frente à sede da Prefeitura.
Em um coro, os professores cobraram diretamente ao prefeito. “Oh Daniel, deixa de enrolação. Você vai ter que respeitar a educação”, afirmaram. Logo em seguida, uma professora toma a palavra e questiona a aplicação dos recursos da educação no município.
“A população precisa inclusive saber o que a Prefeitura faz com os recursos destinados exclusivamente à educação, como é o Fundeb, que é o Fundo de Manutenção da Educação Básica”, disse.
Segundo a docente, na cota de 30% do Fundeb, que deve ser usada para manutenção e desenvolvimento do ensino, a Prefeitura realizou compras consideradas irregulares. “Na cota dos 30%, a Prefeitura de Ananindeua, pasmem, comprou 16 terrenos com valores muito acima do valor de mercado”, afirmou.
Terreno superfaturado
Entre os exemplos, ela citou especificamente a aquisição de um terreno no bairro do Icuí. “Pra vocês terem uma ideia, a Prefeitura pagou cerca de R$ 3,5 milhões por um terreno lá dentro do Icuí. Nada contra o Icuí, inclusive é o meu setor, eu moro lá, mas eu sei que um terreno no Icuí não vale R$ 3,5 milhões. E não teve barulho nenhum”, declarou.
Ao final, outro representante do sindicato reforçou que, além das denúncias sobre os gastos com terrenos, há descaso em relação às pautas da categoria. “Aqui só tem ocupação de professores e professoras que estavam em uma mesa de negociação. E essa mesa foi abandonada pelo prefeito”, disse o professor.
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