Nos últimos cinco anos, Roraima se consolidou como um dos protagonistas do comércio exterior brasileiro com a Guiana. Segundo estudo elaborado pela Seplan (Secretaria de Planejamento e Orçamento), por meio da Cgees (Coordenadoria Geral de Estudos Econômicos e Sociais), o Estado ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de exportações para o país vizinho, movimentando US$ 102,73 milhões entre 2019 e 2024.
O ritmo segue acelerado. Apenas no primeiro semestre de 2025, as vendas externas já somaram US$ 21,79 milhões, equivalentes a 60% de todo o montante exportado no ano passado.
A pauta de exportações revela a força do agronegócio e da indústria local. Derivados de soja, como óleo e resíduos sólidos, lideram com 31% das vendas no período analisado. Carnes e miudezas aparecem logo atrás, seguidas por máquinas, aparelhos e pelo milho, produto no qual Roraima vem ampliando participação de forma acelerada. Até junho de 2025, o Estado foi responsável por 99,6% de todo o milho exportado do Brasil para a Guiana.
“Roraima está aproveitando sua localização estratégica para se consolidar como um polo de desenvolvimento econômico. Cada exportação representa crescimento para nossos produtores, empregos para nossa população e fortalecimento da nossa economia”, afirmou o governador Antonio Denarium, destacando que o alto desempenho vai além dos números.
“Estamos transformando nossa localização estratégica em ganhos concretos para o produtor, para o comércio e para toda a população”, reforçou o secretário de Planejamento, Rafael Fraia.
O secretário da Seplan acrescentou que, com a liderança nacional nas exportações de soja e o avanço em novos produtos, Roraima tende a ampliar ainda mais seu papel como corredor logístico do Norte brasileiro.
“O fortalecimento dessa parceria pode atrair novos investimentos, abrir mercados e impulsionar cadeias produtivas de alto valor agregado”, considerou.
Historicamente, a relação comercial entre Brasil e Guiana enfrentava barreiras logísticas e de infraestrutura. Nos últimos anos, investimentos e políticas públicas voltadas para o escoamento da produção têm alterado o cenário. A BR-401, que liga Boa Vista à fronteira em Bonfim, é exemplo de rota cada vez mais utilizada para o comércio bilateral.
A coordenadora da Cgees, Jádila Andressa, aponta que essa conexão vai além do transporte.
“Estamos falando de cadeias produtivas complementares. A Guiana importa produtos industrializados e agropecuários que Roraima produz com excelência e, ao mesmo tempo, fornece insumos essenciais, como fertilizantes, que fortalecem ainda mais nossa produção”, frisou a coordenadora.
Importações
O estudo aponta ainda que os adubos representam 81% das importações roraimenses vindas da Guiana, reforçando a interdependência comercial. Esse fluxo contribui para manter a competitividade do agronegócio local, um dos motores da economia estadual.
A versão completa do estudo está disponível no portal da Seplan: www.seplan.rr.gov.br/estudos.