A recente publicação sobre os “100 dias de gestão” do secretário municipal de Saúde de Autazes, Ráiner Figueiredo, gerou repercussão nos bastidores da política local devido a omissão do nome do prefeito Thomé Neto (PP) e pela ênfase exclusiva nas ações como se fossem apenas do secretário.
A matéria, divulgada pela própria Secretaria de Comunicação do município, destaca a atuação de Figueiredo à frente da saúde pública sem qualquer menção ao papel do chefe do Executivo municipal, o que tem sido interpretado como uma estratégia de autopromoção.
O título da publicação, “Ráiner Figueiredo transforma a Saúde pública de Autazes”, e o conteúdo da matéria ressaltam realizações como campanhas de vacinação, atendimentos médicos e inaugurações de novos centros de saúde, atribuindo os créditos diretamente ao secretário, sem qualquer menção ao prefeito.
Em trechos como “Nos primeiros 100 dias à frente da Secretaria Municipal de Saúde de Autazes, Ráiner Figueiredo implementou uma série de ações estratégicas que já apresentam resultados concretos para a população”, a matéria reforça a ideia de que o secretário seria o único responsável pelas ações.
Isso tem sido interpretado nos bastidores como uma tentativa de distanciar Figueiredo da administração compartilhada e destacar sua figura pessoal, sem reconhecer a colaboração do prefeito ou da Prefeitura.
A falta de menção ao nome de Thomé Neto chama ainda mais a atenção, uma vez que ambos pertencem ao mesmo partido, o Progressistas. Aliados do prefeito veem isso como uma tentativa de Ráiner de se fortalecer politicamente à custa do trabalho coletivo.
Derrota nas eleições
Ráiner Figueiredo foi candidato a vereador nas últimas eleições municipais de Manaus, mas não conseguiu se eleger, obtendo apenas 1.143 votos, um número considerado insuficiente para garantir uma cadeira na Câmara Municipal. Após essa derrota, Figueiredo foi nomeado para a Secretaria de Saúde de Autazes, cargo que ocupa atualmente.
Aliados do prefeito especulam que o secretário estaria utilizando sua posição para promover sua imagem pessoal, em uma tentativa de se reerguer politicamente após a derrota nas urnas.
Atitude narcisista de se repetiu no Governo
Essa não é a primeira vez que Figueiredo é acusado de usar os canais de comunicação para promover sua imagem pessoal. Quando era diretor da Policlínica Codajás, em Manaus, ele também foi alvo de críticas pela atitude narcisista ao utilizar os textos institucionais de forma que destacassem seu nome, deixando de lado o protagonismo do Governo do Amazonas e do governador Wilson Lima (União Brasil) nas ações de saúde. O comportamento foi tão evidente que a Secretaria de Comunicação do Estado teria passado a revisar os materiais, excluindo qualquer menção ao nome do secretário.