O Ministério Público de Roraima (MPRR) apresentou denúncia ao Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) contra Jorge Manoel Mendes Cardoso, psicólogo responsável pela avaliação psicológica, e Vinícius Augusto Bataglini Monteiro, então diretor-presidente do Instituto AOCP, banca organizadora do concurso para Policial Penal realizado em 2020.
A investigação conduzida pela Divisão Especial de Combate à Corrupção da Polícia Civil revelou que os denunciados falsificaram documentos durante a fase de avaliação psicológica do certame.
Foram inseridos, de forma indevida, os nomes dos psicólogos Ederson Fernando Mariano e Sandra Guermandi, que confirmaram não ter participado do processo nem assinado os laudos. Os pareceres fraudulentos classificaram 182 candidatos como “não recomendados”.
Além disso, Jorge Manoel elaborou os laudos sem a participação de uma banca revisora, descumprindo normas do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e do edital do concurso. Os recursos administrativos apresentados pelos candidatos também apresentaram graves irregularidades: as respostas eram idênticas e sem avaliação técnica adequada.
O MPRR acusa Jorge Manoel e Vinícius Bataglini de falsidade ideológica (artigo 299 do Código Penal) e solicita a aplicação do agravante de continuidade delitiva (artigo 71). O órgão pede ainda a fixação de indenização mínima às vítimas prejudicadas pelas irregularidades.
Instituo AOCP afirma que ainda não foi notificado
Em nota enviado ao Portal O Fato, o Instituto AOCP informou que, até o presente momento, não foi notificado sobre o assunto questionado pela reportagem. No entanto, ressaltou que se mantém disposto a esclarecer quaisquer dúvidas às autoridades.
“Ressaltamos que o Instituto é uma organização de renome, reconhecida por sua seriedade, responsabilidade e experiência na organização de concursos e seleções públicas em todo o território nacional”, finaliza a nota.