Derrotados na disputa pela Prefeitura de Boa Vista, os três candidatos gastaram, juntos, R$ 2.349.668,36 em suas campanhas. Cerca de 85% desse montante foi gasto pela candidata do União Brasil, a deputada estadual Catarina Guerra.
Esses recursos são provenientes do Fundo Partidário, que é uma verba pública destinada aos partidos políticos para o financiamento de campanhas, e de doações de pessoas físicas.
Uma parte significativa dos recursos tem como origem o Fundo Partidário. As doações de pessoas físicas representam uma quantia bem menor do total arrecadado por cada candidato. Esse financiamento misto, envolvendo recursos públicos e privados, é garantido pela Lei Nº 9.504, a Lei das Eleições.
Confira abaixo quanto cada candidato recebeu e gastou em suas respectivas campanhas:
Catarina Guerra (União Brasil)
A campanha de Catarina Guerra sozinha foi responsável por 85,49% dos gastos de todos os candidatos derrotados. Segundo os dados cadastrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Divulgacand, ela foi a que mais recebeu doações, tendo arrecadado R$ 2.971.600,00.
Desse total, R$ 2.640.600,00 foram doados pela direção nacional do União Brasil e R$ 267.000,00 pela direção estadual do Republicanos. Os R$ 64 mil restantes foram doados por pessoas físicas.
A candidata derrotada contratou R$ 2.008.764,24 em despesas. Deste total, segundo a prestação de contas divulgada pelo TSE, ela já pagou R$ 1.672.514,24.
Nicoletti (União Brasil)
Apesar de não ter conseguido concorrer ao cargo de prefeito de Boa Vista pelo União Brasil, o deputado federal Antônio Carlos Nicoletti chegou a receber R$ 3.000,00 para usar em sua campanha. Segundo a prestação de contas disponível no Divulgacand, o valor foi doado por ele mesmo. A quantia foi toda utilizada e os pagamentos declarados como quitados.
Mauro Nakashima (PV)
Mauro Nakashima recebeu R$ 434.800,00 para usar em sua campanha. Desse total, R$ 334.800,00 foram doados pela direção nacional do Partido Verde e outros R$ 100.000,00 pela direção estadual. O candidato contratou R$ 324.904,12 em despesas e, segundo o Divulgacand, todas já foram quitadas.
Lincoln Freire (PSOL)
O candidato do PSOL, Lincoln Freire, foi o que teve o menor orçamento de todos. Ele recebeu R$ 80.000,00 da direção nacional do Partido Socialismo e Liberdade. No entanto, Freire não chegou a gastar um terço do que recebeu. De acordo com os dados divulgados pelo TSE, ele contratou apenas R$ 13.000,00 em despesas e já pagou R$ 8.000,00.
O que é feito com as sobras?
As sobras do Fundo Partidário e das doações de pessoas físicas, após as campanhas, devem ser registradas e incorporadas ao patrimônio do partido. Esses recursos não podem ser usados para fins pessoais pelos candidatos, sendo destinados às atividades do partido, como despesas administrativas e futuras campanhas. Todo o uso é fiscalizado pela Justiça Eleitoral, e as prestações de contas são obrigatórias para garantir a conformidade com a legislação eleitoral.