O senador por Roraima e presidente estadual do Republicanos, Mecias de Jesus, já utilizou R$ 2.384.797,03 da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o famoso “cotão” nos cinco primeiros anos do atual mandato no Senado Federal.
Conforme os dados disponíveis no Portal da Transparência do Senado Federal, Mecias pediu reembolsos expressivos em todos os anos, confira: R$ 447.968,95 (2019); R$ 487.992,63 (2020); R$ 488.693,40 (2021); R$ 488.586,66 (2022); R$ 471.555,39 (2023).
Os pedidos de reembolsos milionários foram justificados com serviços como aluguel de imóveis para escritório político, aquisição de material de consumo, locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis, contratação de serviços de apoio ao parlamentar e passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais.
O cotão é uma verba que pode ser usada ou não pelo parlamentar. Cada Casa Legislativa determina com o que pode ser usado a verba, seja com combustível, internet, telefonia, divulgação das ações de mandato, contratação de consultorias, entre outros usos.
Gafanhoto
Em janeiro de 2022, a Justiça Federal condenou o senador Mecias de Jesus por desvios no maior esquema de corrupção de Roraima, o Escândalo dos Gafanhotos. A decisão faz parte de uma ação movida pelo Ministério Público Federal no estado (MPF-RR).
Mecias de Jesus, que à época do esquema era deputado estadual, o ex-governador Neudo Campos e outras sete pessoas foram condenados ao ressarcimento dos cofres públicos e perda de direitos políticos. Somadas, as multas impostas aos réus ultrapassam R$ 10 milhões.
Na decisão, justiça considerou que apenas Mecias de Jesus foi o único que enriqueceu ilicitamente, condenando-o individualmente ao ressarcimento do dano. Mecias, segundo a decisão, deveria também pagar multa civil no valor atualizado do dano (R$ 1.908.135,20), além de ter sido também condenado à suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos.
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