O Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) retoma na segunda-feira, 4 de setembro, o julgamento do vereador Adjalma Gonçalves, filiado ao Solidariedade, por alegada infidelidade partidária. O processo tem como relator o juiz Ataliba de Albuquerque Moreira e como revisor o Juiz Cícero Renato Pereira Albuquerque.
Gonçalves é acusado de infidelidade partidária devido ao seu desligamento do Republicanos, sem a devida comunicação prévia, e por ter se filiado ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS) com a intenção de concorrer ao cargo de deputado estadual nas eleições de 2022.
Adjalma Gonçalves ingressou na política concorrendo ao cargo de vereador em Boa Vista nas eleições de 2020, alcançando a posição de primeiro suplente pelo Republicanos com um total de 2.047 votos. Sua ascensão ao cargo ocorreu quando Gabriel Mota, também do Republicanos, assumiu a cadeira de deputado federal deixada por Jhonatan de Jesus, nomeado Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Ele conseguiu assumir o cargo após acionar a Justiça para reivindicar sua posse, uma vez que o partido Republicanos também acionou a Justiça para que a cadeira deixada por Mota fosse ocupada pelo filiado mais votado da legenda nas eleições municipais de 2020, Samuel Lopes.
Gonçalves contestou veementemente o argumento de que sua desfiliação do Republicanos, com o intuito de concorrer como deputado estadual pelo Pros em 2022, poderia prejudicar seu direito à vaga. A resposta da Justiça não demorou, o juiz Luiz Alberto de Morais Júnior, da 2ª Vara da Fazenda Pública, proferiu uma decisão determinando a posse dele, que ocorreu no dia 13 de março.
No dia 20 de março, o juiz eleitoral Ataliba Moreira acatou o pedido do Republicanos para afastar Gonçalves do cargo por suposta infidelidade partidária, até que o mérito da ação fosse julgado. Gonçalves chegou a ficar afastado do cargo por cinco dias. Porém, o juiz Felipe Bouzada cassou a decisão no dia 23 de março e acatou mandado de segurança apresentado pelo político.
Também em março deste ano, em um discurso no plenário da Câmara Municipal, Gonçalves quebrou o silêncio sobre o processo que questiona a legalidade de seu mandato. Ele alegou ser vítima de perseguição pessoal por parte do senador Mecias de Jesus (Republicanos) desde 2021, quando manifestou interesse em concorrer ao cargo de deputado estadual.
O parlamentar afirma que essa perseguição resultou em sua exoneração da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), onde ocupava um cargo comissionado, e acusa Mecias de manipular a opinião pública contra ele. Apesar das adversidades enfrentadas, Gonçalves segue lutando pelo direito ao mandato de vereador.
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