Coadjuvantes em governos de segundo mandato, vice-governadores do Amazonas, Roraima e Pará buscam protagonismo para disputar as eleições de 2026 e, quem sabe, encabeçar os governos estaduais a partir de 2027.

No Amazonas, o vice-governador Tadeu Souza (Avante) vem sinalizando que pode ser cabeça de chapa na disputa que se avizinha. O coadjuvante de Wilson Lima (União) tem ganhado destaque em entrevistas e reuniões.

Em dezembro de 2024, Souza revelou, durante entrevista, seu distanciamento de Wilson Lima. O afastamento teria ocorrido desde meados do ano, antes do pleito municipal.

A origem desse afastamento estaria em um acordo firmado ainda nas eleições estaduais de 2022. Na época, Tadeu foi indicado como vice por David Almeida (Avante), prefeito de Manaus, que apoiou Wilson Lima na disputa. Em troca, Wilson teria prometido apoiar David na eleição municipal de 2024, o que não ocorreu.

Tadeu expôs que havia um acordo político que previa esse apoio, mas ele não se concretizou. “Apesar disso, segui cumprindo meu papel institucional, sem misturar divergências partidárias com minhas responsabilidades como vice-governador”, disse.

Na ocasião, ele deixou claro que está preparado para liderar o estado e afirmou estar pronto para ser a ponte entre o Amazonas do presente e o do futuro. Nesse contexto, há dúvidas se Wilson Lima deixará o comando do governo em 2026 para se candidatar a uma vaga no Senado Federal, abrindo caminho para Tadeu.

Pará

O tabuleiro político no Pará aponta Hana Ghassan, vice-governadora de Helder Barbalho, ambos do MDB, como candidata natural da sigla para dar continuidade à gestão Barbalho.

Hana Ghassan tem assumido um papel relevante no governo, representando Helder Barbalho em eventos, inaugurando obras e participando de fiscalizações. Sua presença na campanha eleitoral que elegeu Igor Normando, primo de Helder, como prefeito de Belém também não passou despercebida.

Hana assumiria o Governo do Estado em abril de 2026, quando o governador pode deixar o cargo para concorrer como vice do presidente Lula na disputa presidencial. Helder Barbalho tem sido cotado como possível coadjuvante de Lula desde 2024.

Fontes emedebistas garantem que Helder confirmou o nome de Hana para a continuidade da gestão emedebista no Estado, mas a vice-governadora, no entanto, não teria o apoio de todos os membros do MDB. Nesse caso, resta aguardar para ver se o cenário se confirmará ou não.

Roraima

Assim como no Amazonas e no Pará, Edilson Damião poderá assumir o governo estadual em abril de 2026, caso Denarium deixe o cargo para disputar uma das duas vagas ao Senado. Uma dessas cadeiras pertence atualmente a Mecias de Jesus, líder do Republicanos em Roraima, partido ao qual Damião também é filiado.

No entanto, os planos do grupo político de Denarium podem ser ameaçados por um possível reviravolta. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda precisa analisar o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), que pode levar à cassação da chapa Denarium-Damião e abrir caminho para uma eleição suplementar. Nos bastidores, circulam rumores de que a Corte Superior deve retomar o julgamento dos recursos da defesa de Denarium em março.

O vice-governador Edilson Damião (Republicanos) ocupa o cargo desde 2023, no segundo mandato de Antonio Denarium (PP). Sua escolha ocorreu após o rompimento de Denarium com seu antigo vice, o médico Frutuoso Lins. Ainda no primeiro mandato do governador, Damião, então secretário de Infraestrutura, começou a ganhar destaque ao assumir protagonismo na divulgação das ações do governo relacionadas à sua pasta.

Para manter Damião em evidência, Denarium optou por mantê-lo no cargo de secretário de Infraestrutura. Desde então, o vice-governador segue ativo nas redes sociais e tem marcado presença em anúncios oficiais, inaugurações de obras e revitalizações de estradas e vicinais.