Uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações e lavar dinheiro em Ananindeua, no Pará, é alvo da Operação Aqueronte, deflagrada nesta quarta-feira, 6, pelo Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA). O esquema, que envolve empresários e agentes públicos, teria movimentado mais de R$ 109 milhões em contratos suspeitos com a prefeitura local.
A ação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), cumpriu nove mandados de busca e apreensão. As investigações apontam para um sofisticado esquema de direcionamento de licitações em favor de empresas específicas.
Empresas sob suspeita
Uma construtora fundada em 2021 está no centro das investigações. A empresa, que obteve contratos de mais de R$ 88 milhões com a Secretaria Municipal de Saneamento e Infraestrutura (SESAN), apresentou um crescimento econômico surpreendente em pouco tempo. As autoridades suspeitam que a companhia tenha sido favorecida em processos licitatórios manipulados.
Outra empresa investigada, reestruturada em 2019, acumulou contratos superiores a R$ 21 milhões. Suspeita-se que cláusulas restritivas em editais de concorrências tenham beneficiado esta construtora, limitando a competição em licitações para serviços de terraplenagem e manutenção predial.
Medidas cautelares e apreensões
Durante a operação, foram apreendidos equipamentos eletrônicos e documentos nas residências dos investigados. O GAECO também realizou buscas em um prédio público para coletar documentos relacionados às licitações supostamente fraudadas.
Além das buscas, foram impostas medidas cautelares, incluindo a suspensão de pagamentos de contratos administrativos e o afastamento de funções públicas de alguns investigados. As investigações continuam em segredo de justiça.